Lençóis Paulista – Origem do nome
Graças às cartas cartográficas que mapearam os afluentes do Rio Tietê, sabe-se que pelo menos desde 1770, a região do Rio Lençóis é conhecida como tal. Posteriormente, o povoado do Ribeirão dos Lençóis, como aconteceu com tantas outras cidades, adotou o nome do rio do qual era vizinho. No entanto, a razão pela qual os primeiros desbravadores referiam-se ao rio pelo nome de Lençóis ainda é desconhecida.
Segundo Alexandre Chitto em seu livro “Lençóis Paulista Boca do Sertão”, não há consenso sobre a origem do nome. O historiador apresenta três possíveis versões, nas quais a referência é literal. A primeira versão seria a de uma espécie de capim florido (capim-favorito) que tomava grandes extensões de terra as margens do rio, dando-lhe um aspecto de um imenso lençol colorido. Outra versão teria o mesmo sentido do lençol florido, mas seria o resultado de flores de gabiroba (espécie de arbusto frutífero) caídas no chão.
A versão mais consistente, todavia, é a que sugere que o nome seria dado em função do próprio rio, que em determinado momento, em sua desembocadura, formava ondas que refletidas pelo sol pareciam lençóis d’água.
Além de mexer nas divisas dos municípios, o governo de Vargas mexeu também nos seus nomes. Uma das novas regras era de que duas ou mais cidades não poderiam ter o mesmo nome em todo o país.
A determinação para a mudança veio em dezembro de 1943. Antes disso, em 1941, devido a uma reforma ortográfica na língua portuguesa, a grafia do nome já havia mudado de “Lençóes” para “Lençóis”. Como já existia uma cidade chamada Lençóis mais antiga, na Bahia, esta ficou com o direito sobre o nome.
Dentro do Diretório Municipal de Geografia foi formada uma comissão incumbida de tratar do assunto. A comissão solicitou às autoridades estaduais a manutenção do nome, argumentando ser a vontade do povo. A comissão afirmava que tal aspiração encontrava fundas raízes na opinião pública local, pois o nome baseava-se numa tradição popular e o local era assim chamado desde o início de seu povoamento. Caso não fosse possível manter o nome original, a comissão sugeriu os nomes de Rio Lençóis ou Lençóis Paulista.
A cidade não teve sucesso nos argumentos e em 17 de janeiro de 1945 a ata da sessão solene inaugural do quadro territorial da República que vigoraria até 1948 trazia um novo nome: Ubirama, que na língua tupi significava região aprazível.
Naquele mesmo ano de 1945, Getúlio Vargas foi deposto, mas o município carregou o nome Ubirama por mais quatro anos. Com o fim do Estado Novo de Vargas, os municípios reconquistam a autonomia para eleger seus prefeitos e vereadores, o que acontece em 1947. Em 17 de janeiro de 1948 é reinstalada a nova Câmara de Vereadores de Ubirama. Uma de suas primeiras soluções foi rever a questão do nome, que em 17 de janeiro de 1949 voltou a ser Lençóis, acrescido do complemento Paulista.
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